A criação de avatares e modelos 3D personalizados sempre foi um território dominado por profissionais com conhecimento técnico especializado e acesso a softwares complexos e caros. Criadores de conteúdo, gamers e usuários em geral enfrentavam uma barreira técnica significativa que os impedia de expressar sua criatividade no mundo tridimensional. As ferramentas existentes no mercado apresentavam uma dicotomia problemática: ou eram extremamente técnicas, voltadas para profissionais de modelagem 3D, ou eram excessivamente limitadas, oferecendo apenas opções básicas de personalização que não atendiam às necessidades crescentes de individualização digital.
O desenvolvimento da STLAI seguiu uma metodologia centrada no usuário, começando com uma fase pesquisa secundária, benchmarking e descoberta. Esta etapa inicial foi fundamental para compreender não apenas as limitações técnicas existentes, mas principalmente as necessidades emocionais e criativas dos usuários potenciais.
Através de várias interações com os stakeholders do projeto ( PM, CEO, CTO, etc), chegamos a uma primeira versão, lançada no início de Agosto de 2025, uma versão viva que, ainda hoje continua a ser aprimorada continuamente.
O desenvolvimento da STLAI representou uma revolução na democratização da criação de avatares 3D, estabelecendo-se como uma plataforma verdadeiramente "Powered by a creative community". Os resultados alcançados transcenderam as expectativas iniciais, criando um ecossistema robusto que atende desde usuários casuais até criadores profissionais.
A funcionalidade principal, nosso "Mini Me", transformou completamente a experiência de criação de avatares 3D. Através de um processo intuitivo de quatro etapas, usuários podem agora converter uma simples fotografia em um modelo 3D detalhado e pronto para impressão. Este processo, que anteriormente poderia levar dias ou semanas para um profissional executar, foi reduzido a poucos minutos, mantendo alta qualidade e precisão nos resultados.
Sigilo profissional
Protótipos mais desenvolvidos, eventuais intercorrências, nossa persona e handoffs foram propositalmente ocultados.
O projeto STLAI nasceu de uma oportunidade estratégica identificada pelos co-fundadores da STLFLIX. Esta fase inicial, conduzida sob rigoroso sigilo profissional, envolveu uma análise abrangente das tendências emergentes no universo da impressão 3D, personalização em massa e democratização de tecnologias antes restritas a profissionais especializados.
A análise competitiva revelou um cenário de mercado fragmentado e polarizado, onde as soluções existentes falhavam consistentemente em atender às necessidades de um segmento significativo de usuários potenciais. Esta descoberta foi fundamental para refinar e validar a proposta de valor única da STLAI.
No extremo profissional do espectro, ferramentas como Blender, Maya e ZBrush ofereciam capacidades extraordinárias de modelagem e personalização, mas exigiam investimentos substanciais em tempo de aprendizado, hardware especializado e, em muitos casos, licenças caras. Estas ferramentas, embora poderosas, criavam uma barreira de entrada praticamente intransponível para usuários casuais ou criadores de conteúdo que precisavam de resultados rápidos.
O principal concorrente, que balizou muito dos fluxos e ideias que tivemos inicialmente, foi o MakerLab, do MakerWorld.
No início do projeto, muito do que imaginávamos para os usuários da STLAI veio da experiência e pesquisas prévias que tivemos com os usuários da STLFLIX como um todo. Como a ferramenta da STLAI foi pensada para ser divulgada para pessoas que já são assinantes da STLFLIX, essa pareceu uma preposição justa para um primeiro momento.
O maior desafio técnico e de design enfrentado durante o desenvolvimento da STLAI foi traduzir a complexidade inerente da modelagem 3D em uma interface que qualquer usuário pudesse compreender e utilizar intuitivamente. Este desafio exigiu uma abordagem fundamentalmente diferente do design tradicional de software, onde a funcionalidade frequentemente precede a usabilidade.
A estratégia adotada foi a de abstração progressiva, onde a complexidade técnica foi sistematicamente ocultada atrás de interfaces simples e familiares. O processo de criação do "Mini Me", por exemplo, foi destilado em cinco etapas fundamentais: upload da foto, geração do conceito 2D pela IA, conversão para modelo 3D, customização e finalização para download.
Cada etapa foi projetada para ser autoexplicativa, eliminando a necessidade de tutoriais extensos (embora o usuário possa vê-los opcionalmente) ou documentação complexa.
A transição do design bidimensional tradicional para a criação de interfaces tridimensionais apresentou desafios únicos que exigiram uma reavaliação fundamental dos princípios estabelecidos de design de interação. O principal obstáculo estava na necessidade de permitir que usuários manipulassem objetos em um espaço tridimensional através de interfaces bidimensionais, uma contradição inerente que precisava ser resolvida através de design inteligente e tecnologia adaptativa.
A fase de alinhamentos e finalização representou um período crítico onde insights teóricos e decisões de design foram validados através de testes rigorosos com usuários reais em condições autênticas de uso. Esta etapa foi fundamental para identificar e resolver discrepâncias entre as intenções de design e a realidade da experiência do usuário, garantindo que o produto final atendesse verdadeiramente às necessidades identificadas durante a pesquisa inicial.
As sessões de teste (feitas por colaboradores e influencers ligados a STLFLIX) de usabilidade foram estruturadas para simular cenários reais de uso, desde a primeira visita à plataforma até a conclusão bem-sucedida de um projeto de criação de avatar.
Estas sessões revelaram pontos de atrito sutis que não haviam sido identificados durante o desenvolvimento, incluindo confusões terminológicas, expectativas não atendidas sobre funcionalidades, e momentos de hesitação que interrompiam o fluxo criativo dos usuários.
A implementação de melhorias baseadas no feedback dos testes exigiu uma abordagem cuidadosa que preservasse os aspectos bem-sucedidos da experiência existente enquanto endereçava sistematicamente os pontos problemáticos identificados. O processo de refinamento foi guiado por dados quantitativos de uso e feedback qualitativo detalhado dos participantes dos testes.
A simplificação da jornada do usuário tornou-se uma prioridade central após os testes revelarem que mesmo pequenas fontes de confusão podiam ter impactos desproporcionais na satisfação geral e na probabilidade de conclusão bem-sucedida do processo. Isto levou à eliminação de etapas desnecessárias, consolidação de funcionalidades relacionadas, e introdução de orientação contextual mais eficaz.
A estratégia de lançamento da STLAI foi meticulosamente planejada para maximizar o impacto inicial enquanto minimizava riscos operacionais e técnicos.
O projeto STLAI reforçou a importância de uma cultura centrada no usuário e colaboração contínua. O sucesso dependeu não apenas de excelência técnica, mas da capacidade de criar ambiente onde necessidades dos usuários são consistentemente priorizadas. O projeto representa mais que desenvolvimento de plataforma tecnológica - exemplifica abordagem holística ao design de produto que equilibra inovação técnica com necessidades humanas autênticas.
A colaboração interdisciplinar emergiu como um fator crítico de sucesso, com designers, desenvolvedores, especialistas em IA, e profissionais de marketing trabalhando de forma integrada ao invés de em silos isolados. Esta abordagem colaborativa não apenas melhorou a qualidade técnica do produto final, mas também garantiu que considerações de experiência do usuário fossem incorporadas em todos os aspectos da plataforma, desde algoritmos de backend até estratégias de comunicação.
Após o lançamento de uma primeira versão, com uma boa dose de suposições sobre quem de fato são nossos usuários, era óbvio que deixaríamos passar muitas coisas – e a comuniade engajada da STLAI não guardou seus feedbacks para si!
Recebemos muitos feedbacks logo nos primeiros dias de lançamento e ajustamos muitos pequenos detalhes que haviam passado sem percebermos.







